Eu já comentei por aqui algumas vezes e também nas redes sociais do blog que ele surgiu como um hobbie, uma forma de compartilhar informação sobre um assunto que sempre me interessou. E, também, foi o resultado do incentivo de pessoas próximas, amigos, familiares e colegas de trabalho que sempre me pediam dicas de organização, planejamento, administração do tempo e que me sugeriram fazer um blog para falar sobre isso.
Então, no começo, o meu foco aqui no blog era falar principalmente sobre técnicas e métodos de organização e produtividade. Sendo a pessoa racional e regrada que eu sou, métodos e técnicas são onde me sinto em casa. Planejar, ordenar, seguir rotinas, criar checklists são coisas naturais para mim, coisas que fazem minha vida funcionar melhor.
Mas então, com o passar do tempo e o contato com quem lê o blog, duas coisas mudaram. A primeira foi uma vontade de estudar e pesquisar cada vez mais sobre organização e produtividade. Já era algo que eu fazia, mas buscando benefício próprio, procurando aprender coisas para aplicar no meu dia a dia. Mas o que aconteceu com o blog foi uma vontade de ir além, de entender mais sobre coisas não apenas úteis para mim, mas que pudessem ajudar todos os tipos de pessoas.
Daí, veio a segunda mudança. Eu percebi que técnicas prontas e métodos consagrados nem sempre vão funcionar para todo mundo. E não porque o método tem um problema ou porque a pessoa tem um problema. Mas sim porque faltou uma adaptação do método à pessoa. Eu sempre digo que não existe fórmula pronta para quem quer ser mais organizado e produtivo. E entender isso é a essência para que você consiga de fato melhorar esses aspectos na sua vida.
E eu fiz toda essa longa introdução para chegar no tema do post de hoje: autoconhecimento. Parece clichê, soa como autoajuda, mas acredite: tem tudo a ver com organização e produtividade. E o motivo tem relação com o que eu disse no parágrafo anterior: para qualquer método ou técnica funcionar ele precisa atender suas necessidades e se adaptar a sua rotina. E para isso você precisa conhecer muito bem quais suas necessidades e como funciona a sua rotina. Em uma palavra: autoconhecimento.
Foto de My Life Journal em Unsplash
Podemos começar falando de prioridades. Eu nunca vou me cansar de dizer que para ser produtivo você precisa ter bem claras quais suas prioridades. Senão, você não tem uma base para conseguir gerenciar seu tempo e suas tarefas e acaba caindo na mesma situação de sempre: um milhão de coisas para fazer e falta de tempo para lidar com todas elas.
Suas prioridades são a bússola que te guia na hora de ordenar suas tarefas (o que é mais importante e, portanto, precisa ser feito primeiro?) e organizar seu tempo (para o quê eu preciso dedicar mais tempo?). Sem saber suas prioridades tudo parece ter a mesma importância ou então nada tem importância nenhuma e você passa dia após dia fazendo as mesma coisas, sem nem saber porquê.
E como saber suas prioridades? Autoconhecimento! (desculpem, vou repetir essa palavras inúmeras vezes ao longo desse post). Você precisa se conhecer muito bem, saber o que quer, aonde quer chegar e o que é importante para você, para poder identificar suas prioridades. E se você acha que tudo é prioridade, mais uma vez entra o autoconhecimento: porque você não consegue realmente priorizar algo, identificar o que é mais importante? Medo de deixar algo para trás? Medo de fazer uma escolha errada e priorizar algo sem sentido? Você só consegue responder essas reflexões se conhecendo muito bem e sendo sincero com você mesmo, sem se esconder atrás das desculpas que todo mundo usa.
Aqui também podemos falar sobre metas. Talvez você não consiga definir suas prioridades porque não tem claras quais são as suas metas. E aí, também, entra um fator que pode explicar uma possível falta de motivação. Se você não sabe qual objetivo quer alcançar, como se manter motivado nas suas tarefas diárias? A sequência é: suas metas definem suas prioridades e suas prioridades guiam seu planejamento e suas atividades diárias e esse conjunto ajuda a te manter motivado. Se não for assim, você provavelmente é uma pessoa muito ocupada, com mil afazeres, mas no fundo sente e sabe que não é produtiva.
E temos ainda a assustadora procrastinação. O que mais se encontra por aí são dicas para se livrar dela, eu mesma já compartilhei várias. Mas sempre digo que para tais dicas funcionarem é preciso entender a causa por trás da procrastinação. E são várias as opções: medo de falhar, de não conseguir alcançar o resultado desejado, de fazer escolhas erradas; medo de não ser capaz de executar aquela tarefa ou não saber como começar; estar sempre se distraindo ou sendo interrompido; se sentir desmotivado e não saber qual a razão para fazer determinada atividade.
Foto de Hello I’m Nik em Unsplash
Muitos desses motivos podem ser traduzidos em uma característica específica: perfeccionismo. E aqui não estou falando da busca saudável de fazer o melhor que podemos. Falo da preocupação excessiva com a perfeição, que te paralisa e te impede de agir por medo de não se bom o suficiente, por estar sempre esperando condições ideais ou por buscar um resultado irreal. Para entender direitinho se isso acontece com você e, se não, qual seria a causa por trás da sua vontade de procrastinar, o autoconhecimento é fundamental.
Ainda falando de busca pela perfeição, ela tem um componente de necessidade de ter controle sempre, porque quando você procura sempre uma perfeição idealizada pode surgir o sentimento de que só você pode realizar as tarefas da maneira certa. Daí surge uma dificuldade de delegar tarefas o que te leva a se sobrecarregar com tarefas e responsabilidade que poderiam ser atribuídas a outras pessoas. E esse é um caminho certo para arruinar a sua produtividade. E você precisa de uma dose de auto reflexão para perceber isso.
E trazendo um pouco essa questão do autoconhecimento para a prática podemos falar sobre gerenciamento de energia. Eu já falei aqui no blog que é comum nossos níveis de energia oscilarem ao longo do dia, é um processo fisiológico. E cada indivíduo tem uma variação diferente: existem pessoas que estão super dispostas pela manhã e outras que sentem mais energizadas a tarde. Assim, você precisa identificar qual momento do dia você está mais ativo e usar esse momento para fazer suas tarefas mais difíceis e complicadas. Existe uma técnica de produtividade que recomenda começar o seu dia fazendo a sua tarefa mais difícil ou a mais importante. Mas se você não tem seu pico de energia pela manhã essa dica não vai funcionar para você.
E são muitos os aspectos em que o fato de se conhecer ajuda a melhorar sua produtividade: saber quantas horas de sono você precisa, por exemplo. Ou por quanto tempo consegue se manter focado. Entender como seu cérebro funciona na hora de procurar alguma coisa é importante na hora de criar o seu sistema de arquivamento, ou seja, onde e de que forma você vai guardar suas coisas (desde de objetos até os arquivos no seu computador).
Finalizando, a ideia que eu quis passar é a seguinte: existem inúmeras técnicas de produtividade, muitos métodos de organização. Nenhum deles é “o melhor” então na hora de escolher qual usar (ou até se optar por não usar nenhum) você tem que entender quais problemas do seu dia a dia você precisa corrigir. Precisa saber quais suas necessidades, para identificar o que vai funcionar para você e o que não vai. E é através do autoconhecimento que você encontra as respostas para essas perguntas.
Até mais,
Juliana Sales
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