Como incluir práticas de mindfulness na rotina

Eu acredito que, por mais que as pessoas tenham diferentes entendimentos sobre o que é produtividade, vamos concordar que ser produtivo envolve realizar nossas tarefas de forma mais eficiente. E existem muitos jeitos de fazer isso, mas uma coisa essencial é conseguir se manter concentrado na tarefa que está sendo feita.

E isso não tem a ver com o tipo de trabalho, apesar de ser algo mais associado à atividades que exigem raciocínio mental, por exemplo. Mas qualquer que seja a tarefa que você está fazendo, é importante dedicar atenção a ela, independente de requerer ou não trabalho mental. E eu já falei por aqui que concentração é uma habilidade, que todo mundo pode melhorar treinando e exercitando.

Uma das formas de treinar sua capacidade de concentração e de se manter focado é o mindfulness. No post linkado eu explico com mais detalhes. De forma resumida, mindfulness significa atenção plena. É estar presente, no sentido de prestar atenção ao que você está fazendo.

Porque a verdade é que fazemos muitas coisas no automático, seja por ser algo corriqueiro ou simplesmente por nos distrairmos com alguma outra coisa. E às vezes não tem problema nenhum em deixar a mente vagar, mas muitas vezes isso torna nosso trabalho mais lento, mais difícil e cansativo, porque precisamos fazer um esforço muito grande para prestar atenção, já que a tendência hoje, levando em conta o mundo em que vivemos, é nos mantermos dispersos e não focados.

Foto de Alexandre Chambon na Unsplash

Não vou me alongar muito aqui falando sobre o conceito de mindfulness, até porque já tem o post que eu linkei ali em cima. O essencial a saber sobre o assunto é que ele não tem um viés espiritual ou “good vibes” e não necessariamente tem a ver com meditação (embora a meditação seja uma forma de praticar o mindfulness). É simplesmente um exercício de estar atento ao que você está fazendo, e isso não quer dizer só às tarefas que você está executando, mas em qualquer coisa que você esteja fazendo.

Obviamente, a proposta do mindfulness não é estar o tempo todo focando 100% da sua atenção no que você está fazendo. Talvez isso nem seja possível. A tendência natural da nossa mente é se distrair, especialmente quando estamos tentando focar em algo chato ou que nem queríamos estar fazendo. E por isso é cansativo se forçar a prestar atenção. O que torna mais fácil é exercitar e, essa sim, é a proposta do mindfulness. Treinar atenção, foco e concentração para que você tenha mais facilidade de entrar nesse estado quando for necessário.

E o post de hoje fala sobre como praticar o mindfulness no dia a dia. Os benefícios não têm só a ver com melhorar a capacidade de concentração e conseguir evitar distrações. Há estudos que apontam melhoria da memória e aprendizado e redução de estresse, ansiedade e irritação.

Apesar de ser algo simples, não quer dizer que seja fácil. Porém, quando começamos a praticar a atenção plena durante tarefas cotidianas, conseguimos transformar momentos aparentemente banais em oportunidades para melhorar o foco e reduzir o estresse. Ao exercer a atenção plena enquanto você come, toma banho ou faz uma caminhada, por exemplo, você também desacelera seu ritmo mental e consegue fazer uma pequena pausa nas suas muitas demandas diárias.

Praticar mindfulness durante uma refeição envolve prestar atenção aos sabores, texturas e aromas dos alimentos, reduzindo a tendência de comer de forma apressada. Isso não apenas promove uma alimentação mais saudável, mas também permite uma pausa consciente durante o dia. Ao fazer uma caminhada esteja atenta aos sons, movimentos, ao contato dos pés com o chão, à brisa que passa. Parece bobo, mas são jeitos simples de praticar o controle da atenção além de permitir esvaziar a mente por um momento.

Foto de Pablo Merchán Montes na Unsplash

Continuando nos jeitos simples de incluir práticas de mindfulness no dia a dia, não podemos deixar de citar os exercícios de respiração. E nem estou falando de treinar a respiração diafragmática, mas só de parar e prestar atenção na sua respiração. Prestar atenção no ar saindo e entrando, fazer isso de forma consciente. Pessoalmente, eu acho que essa é a forma mais fácil para começar a treinar seu foco e sua atenção: simplesmente se concentre na sua respiração.

Estar consciente de nossa respiração é quase como uma âncora, que afasta distrações e mantém a concentração em uma única coisa específica. E não é exatamente isso que queremos quando falamos de melhorar nossa capacidade de concentração? Ser capaz de evitar distrações e focar na tarefa que precisamos fazer? Além disso, ter um momento de respiração consciente pode funcionar como uma espécie de gatilho, uma ritual para você entrar no modo “concentrada”. E também ajuda a acalmar a mente, reduzir a sobrecarga de informações e promover clareza mental.

Se você quiser, pode combinar exercícios de respiração com breves sessões de meditação. Nada longo nem complexo, apenas 5 a 10 minutos em que você deixa os pensamentos fluírem, chegarem e irem embora. Caso você ache que meditação não é pra você ou que não consegue deixar os pensamentos passarem, pode usar a técnica 4-7-8: inspire pelo nariz contando até 4, prenda a respiração por 7 segundos e expire pela boca em uma contagem de 8. Repita, mantendo sua atenção apenas na contagem e na entrada e saída de ar.

Todos nós sabemos a importância do foco na realização de nossas tarefas, que nos permite fazê-las melhor e de forma mais rápida. Que é o que buscamos quando queremos ser produtivos. E se você tem dificuldade em se manter concentrado, incluir esses momentos de prática de mindfulness na rotina é um bom jeito de melhorar sua capacidade de concentração. Afinal, se você não consegue se concentrar por cinco minutos na sua respiração, como vai ficar 1 hora concentrado no seu trabalho (ou estudo)? Por isso espero que o post seja útil pra você começar a trilhar esse caminho.

Até mais,

Juliana Sales.